Acredita-se que os primeiros marmeleiros plantados no Brasil foram trazidos por Martim Afonso de Souza em 1532 e se habituaram muito bem ao clima, principalmente na Serra da Mantiqueira, onde se tornou uma cultura subespontânea.
Chegou a ser uma cultura de grande importância, principalmente na década de 1930, quando a marmelada era o doce industrializado mais consumido no País. O fruto tem cor dourada, formato arredondado. É ácido (mesmo depois de cozido), de perfume forte e polpa dura.
VITAMINAS - O marmelo cru é uma boa fonte de vitamina C, mas, durante o cozimento, perde-se grande parte dessa vitamina. Também contém vitaminas do complexo B e alguns sais minerais.
Além disso, auxilia no bom funcionamento do aparelho digestivo.
Ao comprar, escolha frutos maiores, mais pesados e de formato regular, sem sinais de picadas de insetos ou manchas esverdeadas. O marmelo maduro se conserva muito bem fora da geladeira durante uma semana.
Os estados que produzem o marmelo são Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Só Minas tem plantações comercialmente importantes, em Delfim Moreira e Marmelópolis, e mesmo estas estão em decadência.
Apesar da procura por indústrias de doces, que importam a maior parte do marmelo que precisam da Argentina e do Uruguai, a cultura do marmeleiro não tem apresentado atrativos, pois, além da demora para produzir e de dar um rendimento menor que o de outras culturas de clima temperado, ele não é conhecido no País.
PLANTIO - Segundo informações publicadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), mudas de marmelo devem ter dois anos, no máximo três, e a poda de formação já iniciada na época de plantio, quando a planta se acha no fim do estado de dormência, por volta de julho a agosto. Isso no caso de transplante de raiz nua. Mudas de torrão podem ser plantadas fora desse período.
O espaçamento é de 4 x 4 m (média: 625 marmeleiros/ha). Para plantio de variedades mais produtivas, em solos férteis, pode ser ampliado para 5 x 4 m, 5 x 5 m, ou 6 x 4 m. Em terras fracas ou pequenas áreas, o espaçamento vai para 4 x 3 m ou 3 x 3 m .
O plantio costuma ser feito em camalhões (porção de terra de lavoura entre dois regos) das curvas de nível e, por isso, dispensa-se o coveamento.
Só é feito um buraco do tamanho suficiente para caber a muda. O plantio deve ser feito em dia encoberto ou chuvoso. As mudas precisam ser levadas ao local do plantio envolvidas por sacos de estopa úmidos.
Se não estiver chovendo, rega-se a cova após plantio. A multiplicação do marmeleiro é feita por estacas ou fiO marmelo maduro é muito apreciado pelas crianças da comunidade lhotes enraizados.
Caracteristica do Marmelo
A CULTURA DO MARMELO (Cydonia oblonga Mill.)
Frutífera da família Rosaceae, tendo como centro de origem o Oriente Médio, de aptidão climática temperada e bastante exigente em tratos culturais, mormente os fitossanitários. Adapta-se melhor aos solos orgânicos, e sua exploração exige um combate rígido à entomosporiose, doença que limita seu cultivo racional.
O plantio é feito por estacas enraizadas dos cultivares eleitos para exploração, que são exigentes de interpolinização. Os frutos raramente são consumidos in natura, mas industrializados, para a produção de marmelada. O marmelo pode ser ainda utilizado em geléias, sopas, licores, xaropes e em finos pratos salgados. Sua pectina também pode ser empregada em farmácia e perfumaria. Apesar do ponto de estagnação em que se encontra, a cultura do marmeleiro antecedeu em importância econômica à do café, constituindo o primeiro produto de exportação paulista, ainda nos tempos coloniais. Nos últimos vinte anos tem-se dado bastante atenção ao marmeleiro, como porta-enxerto de pereiras e nespereiras, visando ao ananismo das plantas dessas frutíferas.
Cultivares: Portugal, Smyrna, Mendoza INTA-37 e Provence.
Épocas de plantio: mudas de raízes nuas (transplante) em junho e julho, e envasadas no período das águas.
Espaçamento: 5 x 3m (básico) ou 5 x 2m (condução com poda drástica).
Mudas necessárias: 667 ou 1.000/ha.
Controle da erosão: plantio em nível ou cortando as águas; em patamares ou banquetas nos terrenos mais declivosos; capinas ou roçadeira em ruas alternadas, na época das chuvas.
Calagem: de acordo com a análise de solo, aplicar o calcário para elevar a saturação por bases a 70%. Aplicar o corretivo por todo o terreno, antes do plantio, ou mesmo durante a exploração do pomar, anualmente, incorporando-o por meio de aração e/ou gradagem.
Adubação de plantio: aplicar, por cova, 2kg de esterco de galinha ou 10kg de esterco de curral, bem curtido, 1kg de calcário magnesiano, 160g de P2O5 e 60g de K2O, pelo menos 30 dias antes do plantio. Em cobertura, a partir da brotação das mudas, ao redor da planta, aplicar 60g de N, em quatro parcelas de 15g, de dois em dois meses.
Adubação de formação: no pomar, sob espaçamento básico, de acordo com a análise de solo e por ano de idade, aplicar 20 a 60g/planta de cada um dos nutrientes: N, P2O5 e K2O; aplicar o N em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir da brotação.
Adubação de produção: no pomar adulto, sob espaçamento básico, a partir do 6º ano, conforme a análise de solo e a meta de produtividade (8 a 12 t/ha), aplicar anualmente 3 t/ha de esterco de galinha, ou 15 t/ha de esterco de curral, bem curtido, 70 a 140 kg/ha de N, 20 a 100 kg/ha de P2O5 e 20 a 120 kg/ha de K2O. Após a colheita, distribuir o esterco, fósforo e potássio, na dosagem anual, em coroa larga, acompanhando a projeção da copa no solo, e, em seguida misturá-los com a terra da superfície. Dividir o nitrogênio em quatro parcelas e aplicá-las em cobertura, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.
Observação: Para plantios adensados, aplicar os adubos, no pomar em formação e no adulto, de modo similar aos plantios básicos, reduzindo as dosagens proporcionalmente à área ocupada por planta.
Irrigação: aconselhável nas estiagens da primavera, por sulcos ou bacias, ou sua substituição parcial pela utilização de cobertura morta.
Outros tratos culturais: capinas, desbrotas, podas de formação, de limpeza e/ou de encurtamento para frutificação, na condução sob poda drástica.
Controle de pragas e doenças: no inverno – calda sulfocálcica concetrada; na vegetação – fungicidas, tendo por base oxicloreto de cobre ou oxicloreto de cobre + mancozeb, para proteção contra a entomosporiose; inseticidas fenthion, trichorfon, formothion, phosmet ou parathion methyl, visando ao controle de mosca-da-fruta, mariposa oriental e pulgão.
Colheita: fevereiro a março. Safras comerciais a partir do 3º ano da instalação do pomar. Ponto de colheita: frutos de vez a maduros, ainda firmes, de coloração amarelada.
Produtividade normal: 8 a 18 t/ha de frutos em pomares adultos, racionalmente conduzidos, e conforme o espaçamento.
algumas fotos de bonsai feito de marmelo:
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